A FOTO


2013-02-18

O BEIRÃO em Viseu, no Solar do Vinho do Dão

O BEIRÃO é, como muitos já sabem, o nosso amigo José Gomes de Pina, co-autor do livro A FOTO que nesta 6ª feira, 15 de Fevereiro, de 2013 teve o seu lançamento em Viseu, nas instalações do Solar do Vinho do Dão. São dele as palavras que se seguem e então nos ofereceu, em representação dos autores, na cerimónia da apresentação do livro.   



Meus Caros Amigos
 
Em nome dos oito autores do livro “A FOTO e o Reencontro Meio Século Depois”, cabe-me, aqui em Viseu, na minha terra natal, o que me enche de orgulho e grande alegria, saudar todos os presentes, onde reconheço tantos amigos, colegas do Liceu e familiares, e dar-vos as boas-vindas nesta sessão de apresentação e divulgação do nosso livro, à semelhança, aliás, do que o Raimundo Narciso, a Teresa Tito de Morais e o Mário Lino já fizeram nas sessões realizadas anteriormente.
O livro foi editado em Junho de 2012 e a sessão de lançamento realizou-se em 11 de Junho no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa, contando com as intervenções do Dr. Jorge Sampaio e do Reitor, Prof. Dr. Sampaio da Nóvoa.
A apresentação em Coimbra foi feita no dia 19 de Novembro, com a participação de Manuel Alegre e do Prof. Dr. José Manuel Pureza e no Porto, no dia 30, com intervenções do Dr. José Ilídio Ribeiro e do Prof. Dr. Augusto Santos Silva.
Agradecemos à Comissão Vitivinícola Regional do Vinho do Dão e ao seu Presidente Dr. Arlindo Cunha a disponibilidade e o apoio manifestados com a cedência do Solar do Vinho do Dão, situado no Parque do Fontelo, incluindo um Dão de Honra, a fazer jus ao vinho que tem levado Viseu e a sua região por esse mundo fora. Uma palavra de simpatia para a Dr.ª Graça Silva e à Dr.ª Rita Barros pela sua eficiente contribuição e empenho inexcedível na preparação desta sessão.
Renovar os nossos agradecimentos à Editora Âncora e ao Dr. António Baptista Lopes que desde o primeiro contacto nos acolheu com grande entusiasmo, incentivando a conclusão do livro e permitindo, com a sua publicação, a concretização do nosso projecto.
Aproveito também para agradecer ao Jornal do Centro, de quem sou, aliás, leitor habitual on-line, e a alguns blogues, como é o caso do Olho de Gato, O Viseu, Tribuna de Viseu e do Indo eu, Indo eu…, que além do VSB, também divulgaram o nosso convite. 

A apresentação do livro nesta sessão vai ser feita pelo Coronel Fernando Figueiredo e pelo Prof. Dr. António Correia de Campos, também eles ligados por fortes laços a Viseu e a quem os autores manifestam, desde já, o seu muito apreço e agradecimento.

Só acabei por conhecer pessoalmente o Coronel Fernando Figueiredo há relativamente pouco tempo, quando, finalmente, nos pudemos encontrar em Lisboa, após anos de contactos frequentes através do Viseu Senhora da Beira, em minha opinião, o blogue de referência em Viseu.
O autor propunha-se abrir “um olhar crítico, independente e exigente sobre as terras e gentes da região de Viriato” e, de facto o blogue VSB veio a constituir uma autentica pedrada no charco do marasmo da vida local, numa cidade do interior do país, tradicionalmente conservadora.
Tendo feito inicialmente comentários esporádicos noutros blogues de Viseu, acabei por encontrar neste blogue, campo para uma intervenção mais frequente, pelo que, quando comemorou os oito anos de existência, enviei este comentário:
“Meu caro Bazookas (durante muito tempo o autor do blogue, que se dava a conhecer por este pseudónimo, designando cada comentário por uma “bazookada”, constituía uma incógnita quanto à sua verdadeira identidade, desvendada somente, há cerca de três anos, quando este prestigiado militar o pôde legalmente fazer, após a sua passagem à reserva):
Não me tinha dado conta do tempo que já passou, afinal tanta água que foi correndo por baixo das pontes do Pavia... No meu primeiro comentário feito no seu blogue, em Março de 2005, dizia eu ao meu amigo:
...Realmente a minhas felicitações vão para quem teve a iniciativa de abrir um espaço onde, de certo modo, se vai expondo e provocando, julgo eu na pretensão de estimular o seu concidadão a discutir questões mais sérias e algumas outras só de simples actualidade. Mas também, e isso tocou-me, pelo seu demonstrado amor a Viseu, consciente e interventivo.
E aludindo à minha crescente intervenção no blogue, justificava-me, dizendo-lhe:
"...pois entendo ser também meu dever contribuir de forma honesta e interessada para o debate cívico. E o seu blogue, na maioria dos postes apresentados, cumpre bem esse objectivo, para além do debate se centrar nos grandes problemas de Viseu e assim podermos interagir com os nossos conterrâneos, na reflexão conjunta sobre algumas realidades, de que cada um, claro, terá a sua própria visão. Como pode ver, passados estes “breves” oito anos, o VSB cá está cumprindo o seu papel, alargando os horizontes do debate local, tradicionalmente fechado e pobre, trazendo à blogosfera local uma dinâmica diferente, mexendo com as pessoas, incomodando-as, desinibindo o diálogo, afoitando-as, dando-lhes oportunidade para uma abertura de espírito a que não estavam habituadas.
E isto o meu amigo foi fazendo, à custa de muito suor, por certo, que estas coisas não nascem feitas! Que grande “bazookada” o meu amigo deu nesta cidade...Como viseense, vivendo longe, o meu muito obrigado por tudo isto e que mantenha o ânimo e o empenho de sempre.
Um grande abraço do Beirão (é este o pseudónimo que utilizo)".

Ora quando as pessoas fazem amizade pelo que pensam e escrevem, concretizando na “blogosfera” esse entendimento, mesmo não se conhecendo pessoalmente durante tanto tempo, que mais posso dizer?... Direi somente que foram estas as razões que dei aos meus amigos autores para formularmos o convite ao Fernando Figueiredo, que eles não conheciam, para apresentar o nosso livro em Viseu, conjuntamente com o António Correia de Campos.
 
O Coronel de Infantaria na Reserva Fernando Figueiredo é licenciado pela Academia Militar com o Curso de Ciências Sócio Militares. Possui ainda vários cursos e estágios e uma pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos. Ao longo da sua carreira prestou serviço em diversas Unidades e Estabelecimentos do Exército, tendo desempenhado nos últimos anos, entre outras, as funções de Chefe de Repartição da Divisão de Pessoal do Estado Maior do Exército, de 2.º Comandante do RI 14, em Viseu e de Comandante do RI 3, em Beja.
Cumpriu missões internacionais, ao serviço da ONU, em Timor-Leste, como Comandante do 2.º BI/BLI e ao serviço da NATO, no Iraque, como National C2 Advisor no Centro de Operações Nacional, junto do 1º Ministro Iraquiano.
No foro civil, foi membro do Centro Distrital de Operações de Protecção Civil de Viseu e Guarda e do Núcleo Distrital do Projecto Vida de Viseu, Presidente e Fundador do Clube de Orientação de Viseu e membro dos Corpos Sociais da Federação de Andebol de Portugal. Formador em diversos cursos do CFP de Viseu, conferencista em diversas acções do Ensino Superior Universitário, é autor do blogue Viseu Senhora da Beira e colaborador regular do Jornal do Centro.
 
Concluo, lendo um excerto que retirei de um poste recente do Fernando no VSB, por certo um desabafo seu, por algum paralelo com atitudes que, noutros tempos e noutro contexto, também os autores da FOTO tiveram de tomar:
Dizia ele… “recordar que cabe às oposições, ontem como hoje, escrutinar o poder. Não há oposição sem escolher o “lado”. Mais do que ser de um partido, é preciso “tomar partido”!
"…O cidadão, o viseense, deseja saber mais, participar mais e avaliar por si se, de facto, as diferenças económicas e sociais estão diminuindo ou se, pelo contrário, quem nos governa apenas se governa a si próprio e aos seus!
Entretanto, sem uma oposição capaz de desmistificar tudo o que seja mera justificação publicitária do poder e de chamar a atenção para os valores fundamentais da sociedade democrática, só poderão ocorrer mudanças nas piores condições, isto é, quando o desespero das pessoas se transformar em coragem e acabar por incendiar este palheiro podre da partidocracia.
No mundo contemporâneo este caminho do escrutínio do poder começa finalmente a despertar na sociedade, através dos blogues, twitters e redes sociais, enfim, envolvendo um processo global.
E as oposições políticas, se nada tiverem a ver com as múltiplas demandas do quotidiano, como arranjarão forças para ganhar a sociedade? Não ganham, como é lógico, mas obrigam um coronel na reserva a ser activo na oposição… para mal dos meus pecados… "
 
O segundo apresentador do nosso Livro é o Prof. Dr. António Correia de Campos, ilustre viseense, meu particular amigo desde os tempos dos bancos da escola e do liceu, figura pública mais que reconhecida e que nos tem entrado frequentemente em casa, através da sua intervenção cívica, quer como ministro, deputado ou como comentador politico em muitos e interessantes debates televisivos.
Reconhecer-lhe as suas grandes qualidades humanas, de cidadão exemplar, profissional emérito, politico interventivo, não virando a cara na luta pelos seus princípios e ideais, amigo do seu amigo e ainda por cima beirão como eu, é para mim uma dupla satisfação e orgulho vê-lo aqui como apresentador do nosso livro.
 
Não posso também de deixar de vos ler o email que então dirigiu a mim e ao Mário Lino, a propósito da leitura que tinha acabado de fazer do livro A FOTO:
"Meus caros Zé Gomes de Pina e Mário Lino,  
Li o vosso livro integralmente, numa viagem a Chipre. Gostei imenso e por várias razões:
A proximidade com os meus sonhos, anseios e realizações, muito semelhantes aos vossos, naquelas idades, pelo menos, e creio que também agora.
A nossa origem social muito próxima: filhos de professores do ensino primário, de sargento e de pequeno comerciante, afinal a típica classe média em ascensão, na época.
A variedade de experiências de vida e a franqueza quase ingénua com que todos se desvendaram.
O sentido de fraternidade que perdura ainda nas vossas relações actuais.
Tinha o livro em cima da minha mesa quando tive um encontro de trabalho com uma técnica da nossa Representação Permanente que à saída me confessou ser filha do Eng. Rui Martins, também constante da foto, o que prolonga a rede para as gerações seguintes.
A qualidade literária da escrita, que atinge tons novelescos nos depoimentos do Letria e do Narciso, mantendo todos um alto nível, mesmo quando se preocuparam sobretudo com a descrição dos contextos.
Finalmente, a ideia de que a nossa juventude tinha causas e valores.
Como vedes, muitos elementos justificam o mérito da vossa iniciativa. Tenho pena de não conseguir inserir-me em uma semelhante.
Parabéns a todos e todas com natural permissão de circularem esta mensagem a quem entenderem. E obrigado ao Zé Pina pelo livro e dedicatória.
Abraço amigo / António Correia de Campos".

O António, filho varão do Professor David Campos (que felizmente já ultrapassou o centenário, continuando rijo e a tratar ainda da sua quinta em Figueiró), fez a sua instrução primária e grande parte do liceu em Viseu, tendo ido para Moçambique, no início do nosso sexto ano do liceu (1957), acompanhando a deslocação do seu agregado familiar (mas isso não impediu, quando comemorámos, em 2009, os 50 anos do nosso curso de finalistas do Liceu de Viseu (1952-1959), que estivesse presente, com grande satisfação, como um dos nossos, como pode ser testemunhado pelos muitos colegas aqui presentes).
Regressado à Metrópole, enquanto estudante universitário, empenhou-se activamente no movimento associativo estudantil, tendo sido membro da Direcção da Associação Académica da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, donde foi expulso em 1962, na sequencia da crise académica e do processo da greve da fome. Transitou para a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo chegado a ser eleito (em 1963) Presidente da Associação Académica, cargo que no entanto não viria a ser oficialmente homologado pelas autoridades académicas.
Licenciou-se em Direito, tendo feito uma especialização como Administrador Hospitalar na Escola de Rennes, em França (1969), um mestrado em Saúde Pública na Universidade de John Hopkins, nos EUA (1978) e o Doutoramento em Saúde Pública pela  Universidade Nova de Lisboa (1982).
Em 1975 foi escolhido para integrar o V Governo Provisório, desempenhando funções de Secretário de Estado do Abastecimento num período muito curto e em 1979 como Secretário de Estado da Saúde do V Governo Constitucional.
Aderiu em 1984 ao Partido Socialista, pelo qual foi eleito deputado à Assembleia da República em 1991, tendo presidido à Comissão do Livro Branco da Segurança Social entre 1997 e 1998.
Em 2001, foi nomeado Ministro da Saúde, por iniciativa do primeiro-ministro António Guterres, abandonando então o cargo de Presidente do Instituto Nacional de Administração, que ocupava desde Janeiro de 1997. Entre 2000 e 2001, foi Presidente do Conselho Científico do Instituto Europeu de Administração Publica, em Maastricht, na Holanda.
Após a demissão do governo, em Abril de 2002, Correia de Campos foi nomeado Presidente do Conselho Científico da Escola Nacional de Saúde Publica, da Universidade Nova de Lisboa, onde já era professor catedrático, tendo proferido a sua ultima lição em 13 de Abril de 2012.
De Março de 2005 a Janeiro de 2008 integrou o governo de José Sócrates, à frente do Ministério da Saúde. Presentemente é deputado ao Parlamento Europeu (desde Junho de 2009).
Especialista em Saúde, nomeadamente na ligação desta área com a Economia, Segurança Social e Administração Pública, é autor de vários livros e dezenas de artigos publicados na imprensa nacional e estrangeira.

Meus Caros Amigos

Agora quanto ao nosso livro. Repetindo um pouco o que já foi dito nas anteriores sessões, tudo começou por uma fotografia amarelecida pelo tempo que a Noémia, algures em 2010, encontrou no seu baú de recordações, foto tirada no Instituto Superior Técnico, seguramente no ano de 1963, viu-se depois, durante um jogo de futebol entre amigos, dezasseis rapazes e uma aguerrida claque de cinco bonitas jovens.
Sobre esta foto, há coisas que sabemos e outras que não sabemos, ou de que já não nos conseguimos recordar.  
Sabemos que dos vinte e um estudantes que estão nesta foto, doze rapazes  eram do Técnico (Albano Nunes, António Redol, Carlos Marum, João Resende, José Gameiro, já falecido, José Gomes de Pina, João Santos Marques, Luís Bénard da Costa, também já falecido, Mário Lino, Mário Neto, Raimundo Narciso e  Rui Martins), um da Faculdade de Ciências (Ernâni Pinto Basto), um da Faculdade de Medicina (Jaime Mendes) e dois do último ano dos liceus (Joaquim Letria e Fernando Rosas).
Quanto às raparigas, uma era da Faculdade de Ciências (Paula Mourão) e três do último ano dos liceus (Marília Morais, Noémia Simões, agora de Ariztía e Teresa Tito de Morais). Desconhecíamos quem era a quinta rapariga, precisamente a que, na foto, está no meio das outras, a quem, por graça e pelo mistério, passámos a designar por “Mata-Hari”. Mas desde o final do mês passado que uma pista dada por um amigo pode conduzir a uma hipótese credível de ser também uma estudante liceal da altura, colega das restantes. Como ainda não se acusou, lá teremos de a obrigar a confessar…
E também ainda não sabemos quem tirou a foto, nem qual foi o resultado do jogo.
Voltando à Noémia e à foto, como já não se lembrava de algumas caras ou desconhecia outras, digitalizou-a, enviando-a por email ao Jaime Mendes, que, pelas mesmas razões, a reenviou ao Raimundo Narciso. Analisada por ele, teve a ideia de procurar reunir, de novo, todos os que para ela posaram, com o objectivo de fazerem um balanço das suas vidas e de gozarem a alegria de se reencontrarem. Para isso distribuiu a foto, também por email, aos que não tinha perdido o rasto, a maioria dos quais frequentara, nessa época, uma tertúlia no café Pão de Açúcar, na Alameda Afonso Henriques, escrevendo:  
“…a fotografia dos colegas de 1963 sugeriu-me a ideia de fazermos um livro. Digam-me o que vos parece ideia tão insensata.” E propunha ainda “um livro escrito a tantas mãos quantas os que, entre nós, se atrevessem a tanto”, interrogando-se:
“Interessaria aos mais novos, à geração dos nossos filhos e netos, conhecer, através de vivências e percursos de vida tão díspares, uma ponta desse mundo tão próximo e tão ignorado?”
 
Tratavam-se, de facto, de amigos ou colegas, activistas dos movimentos associativos estudantis que desenvolviam uma luta muito determinada, no plano cultural e político, contra a ditadura salazarista. Vários deles exerciam ou vieram a exercer funções dirigentes nos respectivos órgãos associativos. Com excepção de quatro ou cinco, todos eram, ilegal e secretamente, militantes do Partido Comunista Português, alguns deles já com responsabilidades organizativas.

A comunicação por email parece ter sido o sinal de partida. Ao fim de algum tempo já tínhamos praticamente conseguido estabelecer comunicação entre todos e os primeiros contactados aderiram à ideia com entusiasmo. Uns, pela proposta do livro e outros, pela ideia do convívio que restabeleceria, nalguns casos, pontes de anos ou de dezenas de anos entre vidas desencontradas, onde a política, a luta contra o regime, a clandestinidade, as prisões, os exílios e percursos por quatro continentes, a própria actividade profissional e a luta pela vida, tinham fraccionado o grupo daqueles jovens em múltiplas bolsas de amizades."
Estava lançado o desafio e em marcha, finalmente, o projecto do livro!
O primeiro encontro deu-se, em Abril de 2010, na casa de campo do Jaime e da Teresa, perto de Santarém. Compareceram doze ex-jovens, incluindo maridos e mulheres, todos com a cabeça ainda fresca e levantada. Trouxeram vinhos e sobremesas, conversaram, comeram e beberam, enchendo a casa de alegria.
Alguns já não se viam há quase meio século, sabíamos uns dos outros pelas notícias, poucos mantinham relações próximas. Mas parecia que o tempo não tinha passado por nós. O sentimento reinante foi de uma imediata e grande cumplicidade. Marcados por experiências diversas, permanecíamos unidos por aquilo que nos tinha juntado antes, a luta por um país melhor, com liberdade e democracia.

Ao longo de quase dois anos seguiram-se outros encontros, na tentativa de planearmos o livro, escolher o título, o formato, o número de páginas, os currículos e as fotos a incluir, etc., mobilizar vontades para a escrita, marcar objectivos, datas e acompanhar a sua evolução.
Por razões várias, apenas oito acabaram por participar como autores do livro A FOTO.
 
Nele revisitámos meio século das nossas vidas, encontros e desencontros, amizades e alheamentos, trajectos que não se cruzaram, amores, casamentos, compromissos, roturas, dú­vidas, actividade politica e profissional, vidas não coincidentes.
É, portanto, um livro de memórias, de uma geração em que muitos se bateram pelos valores da liberdade, do progresso, da justiça social, e que continuam unidos para que estes valores não se percam, antes se consolidem e aprofundem.
Mas estamos convencidos que a ética e os valores que defendemos permanecem actuais e universais, e que hoje, tal como ontem, as novas gerações também determinarão o seu próprio caminho, encontrando a melhor forma de se organizar em sociedades livres, justas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas.
 
Um Bem-Haja a todos.

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