A FOTO


2012-11-21

Manuel Alegre à Lusa na apresentação de A FOTO

Na apresentação do livro A FOTO, em Coimbra, no dia 19 (ver post anterior) a Lusa entrevistou Manuel Alegre que, em resposta às questões colocadas, pronunciou-se sobre a ctualidade política e em seguida sobre o livro que com José Manuel Pureza acabara de apresentar. Dada a notoriedade de Manuel Alegre as suas declarações à Lusa, a seguir reproduzidas, tiveram um vasto eco nos media em especial nas versões on line , como por exemplo no Público, DN, Jornal I, O Sol, As Beiras,  TVI-24, Almedina, Agencia Financeira ou até no Brasil-Local. (A notícia é a da Lusa em todos os media e os sublinhados a cores são obviamente da minha autoria)
 
 A notícia da Lusa:
 
O antigo candidato à Presidência da República Manuel Alegre recusou hoje "um Portugal de joelhos" perante instâncias de poder internacionais, exortando os cidadãos a resistirem "às perdas de soberania".
"Cada vez mais é preciso resistir, não só às perdas de soberania", mas também "aos atentados à dignidade e à identidade" do povo português, disse Manuel Alegre, em Coimbra, na apresentação do livro "A foto e o reencontro meio século depois", escrito por oito antigos estudantes envolvidos na oposição à ditadura de Salazar.
Neste contexto, o poeta disse ter sentido "revolta e vergonha", na semana passada, quando Angela Merkel visitou Portugal, ao ver o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, "comportar-se como um súbdito" da chanceler da Alemanha.
Manuel Alegre, tal como o ex-líder parlamentar do Bloco de Esquerda José Manuel Pureza, que partilhou a apresentação do livro com o histórico socialista, realçou a dimensão ética da obra.
"Este livro é eticamente importante", porque cada um dos autores "assume com inteireza a sua vida", disse.
Também para José Manuel Pureza, professor de Relações Internacionais da Universidade de Coimbra, "A foto e o reencontro meio século depois" simboliza "uma ética que partilharam" Jaime Mendes, Joaquim Letria, José Gomes de Pina, Mário Lino, Noémia de Ariztía, Paula Mourão, Raimundo Narciso e Teresa Tito de Morais.
O ponto de partida para o livro foi uma foto tirada em 1963, em Lisboa, durante uma jornada de convívio na Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico (IST), em que participaram ativistas do movimento associativo estudantil.
Na foto, que estava esquecida e foi encontrada por acaso há pouco anos, figuram 21 jovens universitários, incluindo os oito que vieram a escrever o livro, editado pela Âncora, que, segundo José Manuel Pureza, permite "resgatar em memória e demora o breve mas denso encontro com a vida".
As suas páginas, é possível "recordar o que é sendo, mas parece trivial", incluindo "o que custou cada rotura com os cânones bafientos" da ditadura fascista, acrescentou.
Dos 21 protagonistas da imagem inspiradora, apenas uma mulher não foi ainda identificada, "nem nenhum de nós se lembra quem tirou a fotografia", referiu Teresa Tito de Morais, ao intervir em nome dos autores. Dois dos fotografados, José Gameiro e Luís Bénard da Costa, já faleceram.
"Esta é uma geração que esteve unida para que não se volte para trás. Não é de maneira nenhuma um livro saudosista do passado", esclareceu.
Para Manuel Alegre, "este livro é mais do que um momento" vivido pelos jovens da foto, há 49 anos, no campo de futebol do IST.
"Eu olho para a foto e vejo o Eurico de Figueiredo, o Jorge Sampaio, Zeca Afonso, Rui Namorado e Luiz Goes", entre outros dos protagonistas das crises académicas dos anos 60 do século passado, em Lisboa ou em Coimbra, disse, admitindo que ele próprio também se revê no que representa aquela imagem.
Alegre evocou ainda, a propósito, os antifascistas Tito de Morais e Piteira Santos. Mas, na sua opinião, também o líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal, está presente

Sem comentários:

Enviar um comentário